segunda-feira, janeiro 15, 2007

www.yahoogroups.com politica-br - tantas idéias e tão pouco fundamento

            Voltei a assinar a lista politica-br, no yahoogroups, para tentar ficar um pouco mais por dentro das notícias políticas do Brasil e sair um pouco da nossa mídia manipulada. A lista é boa quando segue a linha informativa, mas quando alguns resolvem opinar a coisa complica. Quando alguém discorda dos comentários, a coisa complica ainda mais. Alguns já não se gostam então ficam horas discutindo e trocando farpas, nem sempre com algum embasamento lógico.

            Algumas questões acabam por chamar mais a atenção porque a conclusão resultante do artigo deixa um pouco a desejar.

            Uma era sobre a ética da propaganda infantil que “força” as crianças e adolescentes a quererem coisas por associarem produtos a imagens. A questão é se o Estado deve se envolver e proibir ou limitar as propagandas. Em vez de pensar em se dedicar a formação das pessoas dando-lhes ferramentas para tomar decisões e não caírem nestas armadilhas opta-se pelo caminho simplista da proibição. Que adultos serão estes que não aprenderam a se controlar e reconhecer que não é um ténis ou uma roupa que nos torna especial? Ninguém poderá ser protegido por toda a vida, nem das propagandas na TV, nem de pessoas de má índole, nem de produtos de baixa qualidade, nem de notícias falsas ou programas de TV ridículos. Sem cair ninguém aprende a levantar.

            Outro artigo era sobre a educação brasileira e a causa desta crise. O autor do texto encontro o problema e, segundo ele, também a solução mas disse que acha que o governo não está interessado. Paulo Ghiraldelli  Jr. (o filósofo de São Paulo) coloca a culpa pela má qualidade do ensino na falta de gosto dos professores por aquilo que fazem. O texto segue uma aluna fictícia que acaba por se tornar professora depois de se formar em Pedagogia, aos empurrões e com ajudas, deixando de lado a crise praticamente mundial no ensino ou sequer olhou para os bons professores, aqueles que gostam do que fazem, mas que, ainda assim, não conseguem atingir os objetivos de educadores.

            Por todo o lado é a mesma coisa: alunos que desrespeitam os professores ou não se interessam pela escola. Estes alunos são as crianças que protegemos, que não são responsáveis pelos seus atos, frutos de uma sociedade onde ambos os pais trabalham e não tem tempo para educar, muitos não querem se incomodar depois do final de uma cansativa jornada de trabalho.

            Convido vocês a olharem trinta, vinte ou dez anos no passado e imaginar quantas coisas mudaram, quantas coisas que fazíamos de uma maneira e hoje são completamente diferentes. Agora olhem para a escola e me digam o que mudou? Computadores nas bibliotecas? Mais alguma coisa? É suficiente? Existe um conto de ficção científica onde o viajante do tempo chega no futuro uns cem anos à frente e depois de vaguear perdido sem conseguir entender nada ou se encaixar em lugar algum resolve ir para a escola pois é o único lugar onde nada mudou.

            Hoje em dia o conhecimento em diversas áreas no mínimo duplica a cada ano. No ensino continua tudo na mesma. O sistema de ensino é o mesmo de há cinquenta anos atrás. Já existem outras teorias novas, novos conhecimentos adquiridos, novas técnicas, mas a escola continua a mesma. Depois queixam-se que os alunos fazem “Copy/Paste” de páginas na Internet para colocarem nos trabalhos. Nunca lhes pedem para pensar. Para dar opinião. Para aprender a construir o conhecimento em vez de copiá-lo de algum lugar.

            Será que as crianças de hoje, expostas a diversas estímulos novos, que aos quatro anos já sabem usar o computador, terão paciência para: vovô viu a uva?