sexta-feira, dezembro 22, 2006

Feliz Natal e um 2007 cheio de realizações

Chegamos a famigerada época do ano em que muitos exclamam, “Como o ano passou rápido!” O que me lembra quando faço uma viagem longa. Enquanto estou no avião estou morrendo de tédio, louco para chegar ao destino e amaldiçoando as horas que não passam. Depois de chegar, até penso que a viagem nem foi tão longa assim, nem foi tão ruim. Pois, como não acontece muita coisa durante o voo, acabamos por não ter o que lembrar e cremos que a viagem foi até curta. No final do ano acontece a mesma coisa.

Foram 365 dias e ao tentarmos lembrar o que aconteceu ficamos com a idéia de que não vamos nem lembrar o suficiente para pensar durante três dias, não conseguimos guardar um por cento de lembranças.

Eu sei que não consigo passar três dias relembrando coisas deste ano sem repetir memórias. Mesmo assim consigo lembrar bastante coisa. Algumas pessoas se afastaram ao longo do caminho—uns por terem ido morar longe, outros porque seguiram por outro caminho que acabou por nos afastar, alguns porque não puderam nos seguir.

Foram muitas lágrimas, sorrisos, discussões, esperanças renovadas, decepções surgidas, famílias que aumentaram, famílias que diminuíram, famílias que se reorganizaram. Foram tantos acontecimentos.

Cada um de nós acolhe estas mudanças da melhor maneira que pode. Muitas se desesperam, lutam contra, amaldiçoam céus e terras por aquilo que perderam ou ganharam. Outros simplesmente se resignam. “O que não tem remédio remediado está.” Já dizia uma das mães de uma amiga minha.

As dádivas colhemos com alegria, as desgraças marcaram fundo o nosso coração.

Tantas vezes nos sentimos sós porque esquecemos de olhar para o lado e ver um amigo que nos acompanhava calado, sentindo a nossa dor, mas nos dando espaço para que descobríssemos sozinhos a nossa força. Entretanto, preparado para nos segurar caso tropeçássemos.

Tantas vezes estávamos mesmo sós e não tivemos solução senão caminhar sorrateiramente, tentando passar despercebidos e simplesmente chegar ao final do dia.

Foram tantas as vezes que carregamos as nossas mágoas e problemas, nos culpando por todo, e acabando por esquecer que realmente existem outras pessoas que gostam da gente e que estão ansiosos por nos ajudar.

Tantos momentos diferentes, tanta água por baixo da ponte. Poucos são aqueles que conseguem dizer, “Este ano correu exatamente conforme eu planejei quando ele começou.”

Agora é chegada a hora de fecharmos para balanço. É a hora de recolhermos tudo em meio às festas de final de ano. É hora de renovar as esperanças, de se preparar para o próximo ano onde poderemos aplicar algumas lições aprendidas neste e onde, com certeza, aprenderemos lições novas.