segunda-feira, dezembro 17, 2007

U2 3D

segunda-feira, junho 18, 2007

Nove anos depois...

Em 1996, comecei o Curso de Ciência da Computação, no La Salle, em Canoas-RS.

No segundo semestre de 1997, um colega da faculdade que trabalhava no Banco Meridional avisou que colocariam vagas à disposição no CIEE na semana seguinte. Fui reprovado na entrevista do CIEE, a entrevistadora se enganou e perguntou se eu já conhecia as ferramentas que, na verdade, eram as ferramentas que eles iriam ensinar no Banco. Acabaram por me chamar novamente um mês mais tarde e perguntaram novamente se eu conhecia as tais ferramentas, respondi que sim para todas. Me enviaram para o Meridional para fazer entrevista e psicotécnico, passei e em Setembro, se minha memória no falha, comecei a trabalhar no Meridional. Foram quatro meses de curso de informática (COBOL, CICS, DB2, etc).

No início de 1998, o então Governador António Britto, resolveu privatizar o banco. O clima de insegurança foi grande. Nesta mesma época, começaram a comentar por lá que alguns antigos funcionários estavam importando mão-de-obra para Portugal. Alguns de nós juntaram-se e enviaram o currículo para os tais ex-funcionários do Banco que estavam em Lisboa. Eu tinha certeza que iria ser chamado, só estava a espera.

Lá pelo dia dez de Junho, uma quarta-feira, um colega do trabalho disse que tinha sido chamado para vir trabalhar em Lisboa. Na sexta-feira pela manhã, ele me ligou perguntando se eu também queria vir porque o meu currículo também havia interessado uma empresa daqui. Respondi que sim, continuava interessado. “Tens que estar lá na próxima quarta-feira.” O tempo estava correndo.

Desliguei o telefone e fui falar com a minha mãe. Ela foi ótima me apoiou muito apesar dos problemas. Lembro que ela me perguntou, “E agora, filho? Não temos dinheiro para tu ires. O que vamos fazer?” Eu ainda era jovem, faltava pouco mais de uma semana para eu completar vinte anos, e contava com ela para me ajudar a resolver os meus problemas. Só consegui responder, “Não sei.” Eu ainda tinha que providenciar passaporte. Ela me disse, “Vai tratar dos documentos que eu vou tentar arrumar dinheiro emprestado.” Saímos um para cada lado.

Com dinheiro emprestado do meu padrinho e com o dinheiro da passagem emprestado por um prima. Embarquei para cá na terça-feira, dia 16, e no dia seguinte estava desembarcando no aeroporto de Lisboa. Na quinta, já comecei a trabalhar.

Já lá vão nove anos, tanta coisa que aconteceu, algumas difíceis de acreditar. Foram nove anos de sucessos e derrotas, alegrias e tristezas. Novas amizades, nova família. Não sei por mais quanto tempo ficarei aqui mas sinto que esta etapa da caminhada foi cumprida de forma positiva. Aprendi importantes lições, algumas de forma bastante dura. Mas, no geral, acho que me saí bem, na medida do possível. Agora é hora de se preparar para iniciar uma nova etapa.

 

quarta-feira, junho 06, 2007

Filosofando

É engraçado como a nossa vida parece ser traiçoeira, num momento temos tudo e somos as pessoas mais felizes do mundo e, de repente, acontece algo, fora do nosso controle, que pode mudar tudo.

Porém, a gente continua insistindo, continuamos lutando em busca da Felicidade e tentando aumentar o controle que temos sobre as coisas. Por termos Esperança pensamos: “na próxima será melhor”, para não cairmos nos mesmos erros tentamos aumentar o controle sobre as outras pessoas, sobre a relação e para evitarmos mais sofrimento, podemos deixar de acreditar que a Felicidade existe, então nos afastamos dos outros, fechamos o nosso coração e vamos perdendo aquele brilho no olhar.

A dor é forte, nos sentimos mal, o coração dói, parece que não vai caber mais no peito e seguimos com a nossa vida, sentindo aquele vazio.

Mas, de repente, as coisas mudam de novo e já não nos sentimos mais tão sós. Uma mão amiga, um sorriso, um pôr-do-sol, pequenos vívidos detalhes que nos fazem acreditar que vale a pena, que isto é Vida e são as falhas e fracassos que nos tornam mais fortes, mais experientes, mais vividos.

Olhamos para o lado e notamos que alguém nos acompanha na caminhada, mesmo quando está calado, mesmo a quilómetros de distância, muitas vezes podemos notar aquele amigo ao nosso lado, sentir a sua presença, saber que podemos contar com alguém para desabafar, então o fardo sobre os nossos ombros parece mais leve porque já não o levamos sozinho.

Assim os dias vão passando e vemos que isto é a vida, não haverá um momento quando começaremos a viver.

A Vida é o aqui, o agora.

quarta-feira, abril 18, 2007

O pai da insistência - Diana Corso

É barbada ser pai quando os filhos são reféns do cotidiano, das suas idas e vindas. Não importa a hora e o humor em que se chegue, a criança está lá, independente do efeito de grandeza, prazer, temor ou embaraço que a presença do pai lhe produza. Minto. Ser pai é sempre difícil, mas mais ainda quando não se mora com os filhos. Nesse caso a negociação fica delicada, o pai tem que agradar para receber o dom da convivência. Se o pai é chato, casmurro ou põe limites, os filhos se esgueiram para longe, escondem-se atrás dos ressentimentos da mãe, chantageiam. Paradoxo insolúvel, pois pai que é pai não agrada, faz o que tem que fazer, duela a quien duela. Como então passar a necessária lição de vida num fim de semana alternado, na noite previamente estabelecida, em meias férias? É como sexo com hora marcada, fica estranho.

Tudo o que ensino não tem uma segunda-feira, lamenta Fabrício Carpinejar em seu recém lançado livro de poesias: Meu Filho, Minha Filha (Bertrand Brasil). Sujeito intenso, homo faber da poesia, tudo que vivi foi rente à pele, diz Fabrício. Ser pai não seria diferente, a dor de deixar de viver com sua filha mais ainda. Uma separação, quando há filhos, produz também uma dor diversa das mágoas do amor dissolvido do casal: a dor da perda da convivência com os filhos. Quase sempre são os filhos os porta-vozes das seqüelas deixadas pelo fim de um casamento. Quanto aos pais, por serem agentes da fragmentação da família, parece que perderam o direito de queixar-se.

Fabrício não. Ele esperneia, grita, reclama e resmunga pela família interrompida. Sofre com a distância da filha no viva voz. Lamentando a ausência, ele acaba ensinando um pouco do que aprendeu com a presença. Fala também da experiência de ter um filho em casa e, não se iludam, ali também um abismo de incompreensão assola pais e filhos. Eles nascem quando já é tarde para nossa infância, já fizemos dela uma separação litigiosa. Obstinados em suas existências tão incompletas, em seus raciocínios enviesados, os filhos nos impõem um reencontro neurótico com as crianças que fomos, com os pais que tivemos. Eles querem nos devolver a infância quando já não sabemos mais brincar (sic, Carpinejar). Desse conflito são paridos dolorosamente, prematuros, enrugados e aos gritos, os pais que seremos.

Meu Filho, Minha Filha é a prova de que na família reinventada depois da morte do casamento indissolúvel, é a paternidade que é indissolúvel. Claro que há os homens que abandonam os filhos depois de uma separação, como se eles fossem adendos do corpo da mulher não mais amada. Esses, provavelmente, não eram pais nem quando estavam casados. Eram os maridos da mãe, que viviam na mesma casa dela. Se um homem é pai, continuará a sê-lo a cada dia da vida do filho.

Pai que é pai, lamenta o poeta, lê seus filhos, mas infelizmente não estará aqui para completar a leitura. Deve partir antes, é assim que deve ser. Mas se for insistente, ficará tatuado na alma dos seus descendentes. Para o sempre deles, mesmo que eles só reconheçam isso quando se tornarem pais.

quinta-feira, março 08, 2007

Quanto tempo - Novos projectos

Faz tempo que não escrevo aqui, mas ando envolvido em novos projetos, entre eles:

Meu último hobby tem sido cozinhar e para não perder as receitas criei um novo blog apenas para temas culinários Cícero-nacozinha. As actualizações ocorrera, no mínimo, uma vez por semana já que estou sempre experimentando novas receitas.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

www.yahoogroups.com politica-br - tantas idéias e tão pouco fundamento

            Voltei a assinar a lista politica-br, no yahoogroups, para tentar ficar um pouco mais por dentro das notícias políticas do Brasil e sair um pouco da nossa mídia manipulada. A lista é boa quando segue a linha informativa, mas quando alguns resolvem opinar a coisa complica. Quando alguém discorda dos comentários, a coisa complica ainda mais. Alguns já não se gostam então ficam horas discutindo e trocando farpas, nem sempre com algum embasamento lógico.

            Algumas questões acabam por chamar mais a atenção porque a conclusão resultante do artigo deixa um pouco a desejar.

            Uma era sobre a ética da propaganda infantil que “força” as crianças e adolescentes a quererem coisas por associarem produtos a imagens. A questão é se o Estado deve se envolver e proibir ou limitar as propagandas. Em vez de pensar em se dedicar a formação das pessoas dando-lhes ferramentas para tomar decisões e não caírem nestas armadilhas opta-se pelo caminho simplista da proibição. Que adultos serão estes que não aprenderam a se controlar e reconhecer que não é um ténis ou uma roupa que nos torna especial? Ninguém poderá ser protegido por toda a vida, nem das propagandas na TV, nem de pessoas de má índole, nem de produtos de baixa qualidade, nem de notícias falsas ou programas de TV ridículos. Sem cair ninguém aprende a levantar.

            Outro artigo era sobre a educação brasileira e a causa desta crise. O autor do texto encontro o problema e, segundo ele, também a solução mas disse que acha que o governo não está interessado. Paulo Ghiraldelli  Jr. (o filósofo de São Paulo) coloca a culpa pela má qualidade do ensino na falta de gosto dos professores por aquilo que fazem. O texto segue uma aluna fictícia que acaba por se tornar professora depois de se formar em Pedagogia, aos empurrões e com ajudas, deixando de lado a crise praticamente mundial no ensino ou sequer olhou para os bons professores, aqueles que gostam do que fazem, mas que, ainda assim, não conseguem atingir os objetivos de educadores.

            Por todo o lado é a mesma coisa: alunos que desrespeitam os professores ou não se interessam pela escola. Estes alunos são as crianças que protegemos, que não são responsáveis pelos seus atos, frutos de uma sociedade onde ambos os pais trabalham e não tem tempo para educar, muitos não querem se incomodar depois do final de uma cansativa jornada de trabalho.

            Convido vocês a olharem trinta, vinte ou dez anos no passado e imaginar quantas coisas mudaram, quantas coisas que fazíamos de uma maneira e hoje são completamente diferentes. Agora olhem para a escola e me digam o que mudou? Computadores nas bibliotecas? Mais alguma coisa? É suficiente? Existe um conto de ficção científica onde o viajante do tempo chega no futuro uns cem anos à frente e depois de vaguear perdido sem conseguir entender nada ou se encaixar em lugar algum resolve ir para a escola pois é o único lugar onde nada mudou.

            Hoje em dia o conhecimento em diversas áreas no mínimo duplica a cada ano. No ensino continua tudo na mesma. O sistema de ensino é o mesmo de há cinquenta anos atrás. Já existem outras teorias novas, novos conhecimentos adquiridos, novas técnicas, mas a escola continua a mesma. Depois queixam-se que os alunos fazem “Copy/Paste” de páginas na Internet para colocarem nos trabalhos. Nunca lhes pedem para pensar. Para dar opinião. Para aprender a construir o conhecimento em vez de copiá-lo de algum lugar.

            Será que as crianças de hoje, expostas a diversas estímulos novos, que aos quatro anos já sabem usar o computador, terão paciência para: vovô viu a uva?