segunda-feira, junho 18, 2007

Nove anos depois...

Em 1996, comecei o Curso de Ciência da Computação, no La Salle, em Canoas-RS.

No segundo semestre de 1997, um colega da faculdade que trabalhava no Banco Meridional avisou que colocariam vagas à disposição no CIEE na semana seguinte. Fui reprovado na entrevista do CIEE, a entrevistadora se enganou e perguntou se eu já conhecia as ferramentas que, na verdade, eram as ferramentas que eles iriam ensinar no Banco. Acabaram por me chamar novamente um mês mais tarde e perguntaram novamente se eu conhecia as tais ferramentas, respondi que sim para todas. Me enviaram para o Meridional para fazer entrevista e psicotécnico, passei e em Setembro, se minha memória no falha, comecei a trabalhar no Meridional. Foram quatro meses de curso de informática (COBOL, CICS, DB2, etc).

No início de 1998, o então Governador António Britto, resolveu privatizar o banco. O clima de insegurança foi grande. Nesta mesma época, começaram a comentar por lá que alguns antigos funcionários estavam importando mão-de-obra para Portugal. Alguns de nós juntaram-se e enviaram o currículo para os tais ex-funcionários do Banco que estavam em Lisboa. Eu tinha certeza que iria ser chamado, só estava a espera.

Lá pelo dia dez de Junho, uma quarta-feira, um colega do trabalho disse que tinha sido chamado para vir trabalhar em Lisboa. Na sexta-feira pela manhã, ele me ligou perguntando se eu também queria vir porque o meu currículo também havia interessado uma empresa daqui. Respondi que sim, continuava interessado. “Tens que estar lá na próxima quarta-feira.” O tempo estava correndo.

Desliguei o telefone e fui falar com a minha mãe. Ela foi ótima me apoiou muito apesar dos problemas. Lembro que ela me perguntou, “E agora, filho? Não temos dinheiro para tu ires. O que vamos fazer?” Eu ainda era jovem, faltava pouco mais de uma semana para eu completar vinte anos, e contava com ela para me ajudar a resolver os meus problemas. Só consegui responder, “Não sei.” Eu ainda tinha que providenciar passaporte. Ela me disse, “Vai tratar dos documentos que eu vou tentar arrumar dinheiro emprestado.” Saímos um para cada lado.

Com dinheiro emprestado do meu padrinho e com o dinheiro da passagem emprestado por um prima. Embarquei para cá na terça-feira, dia 16, e no dia seguinte estava desembarcando no aeroporto de Lisboa. Na quinta, já comecei a trabalhar.

Já lá vão nove anos, tanta coisa que aconteceu, algumas difíceis de acreditar. Foram nove anos de sucessos e derrotas, alegrias e tristezas. Novas amizades, nova família. Não sei por mais quanto tempo ficarei aqui mas sinto que esta etapa da caminhada foi cumprida de forma positiva. Aprendi importantes lições, algumas de forma bastante dura. Mas, no geral, acho que me saí bem, na medida do possível. Agora é hora de se preparar para iniciar uma nova etapa.

 

quarta-feira, junho 06, 2007

Filosofando

É engraçado como a nossa vida parece ser traiçoeira, num momento temos tudo e somos as pessoas mais felizes do mundo e, de repente, acontece algo, fora do nosso controle, que pode mudar tudo.

Porém, a gente continua insistindo, continuamos lutando em busca da Felicidade e tentando aumentar o controle que temos sobre as coisas. Por termos Esperança pensamos: “na próxima será melhor”, para não cairmos nos mesmos erros tentamos aumentar o controle sobre as outras pessoas, sobre a relação e para evitarmos mais sofrimento, podemos deixar de acreditar que a Felicidade existe, então nos afastamos dos outros, fechamos o nosso coração e vamos perdendo aquele brilho no olhar.

A dor é forte, nos sentimos mal, o coração dói, parece que não vai caber mais no peito e seguimos com a nossa vida, sentindo aquele vazio.

Mas, de repente, as coisas mudam de novo e já não nos sentimos mais tão sós. Uma mão amiga, um sorriso, um pôr-do-sol, pequenos vívidos detalhes que nos fazem acreditar que vale a pena, que isto é Vida e são as falhas e fracassos que nos tornam mais fortes, mais experientes, mais vividos.

Olhamos para o lado e notamos que alguém nos acompanha na caminhada, mesmo quando está calado, mesmo a quilómetros de distância, muitas vezes podemos notar aquele amigo ao nosso lado, sentir a sua presença, saber que podemos contar com alguém para desabafar, então o fardo sobre os nossos ombros parece mais leve porque já não o levamos sozinho.

Assim os dias vão passando e vemos que isto é a vida, não haverá um momento quando começaremos a viver.

A Vida é o aqui, o agora.