sexta-feira, dezembro 02, 2005

Quem cortou a barba do Papai Noel?

Pôxa, lá vem o Natal de novo.

Quase me dá vontade de dizer, “Putz, como este ano passou rápido!” Mas, quase todos os dias alguém me diz isto e eu me pergunto: todos os anos as pessoas dizem que o ano passou rápido, será que os anos estão ficando mais curtos mesmo ou se a gente já pegou mania até de reclamar do tamanho do ano.

Enfim, Natal de novo, o pior é que nem gosto muito de Natal. Será que foi por que eu cresci?

Ontem estava em casa montando a árvore de Natal e o meu filho, que só tem dois anos, achou o máximo, participou em tudo pendurando bolas, fitas, luzes, montando presépio e achou tudo divertidíssimo. Então fiquei pensando que eu também gostava do Natal assim.

Lembro que o Papai Noel era alguém conhecido vestido e lembro de saber quem era a pessoa vestida, mas mesmo assim morrer de medo, isto que eu era uma criança relativamente bem comportada. Era como se a roupa de Papai Noel transforma-se a pessoa. Acho que ainda carregamos um pouco disto hoje achando que as pessoas que usam terno merecem mais respeito ou que as que tem formação académica são mais bem educadas, quando educação é uma coisa que geralmente se traz de berço ou aprendemos quando olhamos para os outros e os vemos como seres humanos dignos, iguais a nós, ou quase iguais.

Muitos criticam o Natal de ter se tornado muito comercial, mas sempre lembro dele assim, na verdade a parte que mais me interessa era a comercial, eu queria era ganhar presente.

Não lembro de ganhar muitos presentes na minha infância, na verdade nem lembro muito da minha infância. O que lembro mais claramente foi o último Natal que passei perto do meu avô e ganhei dele uma agenda e um livro. Lembro das apresentações de Natal que fiz na Igreja e das peças na escola onde eu sempre condenava o pobre Jesus ou lavava as minhas mãos. Uma vez foi Pilatos e na outra fui Herodes.

A ceia de Natal é boa, a família reunida é legal, mas eu não sinto toda aquela emoção da infância, porém não vou estragar o Natal do meu filho sendo um chato, vou tentar fazer o melhor Natal para ele.

Ah, tenho uma outra memória de Natal, na verdade não é bem uma memória.

Minha mãe tinha uma máscara do Papai Noel que era escondida quando o personagem se retirava, mas houve um determinado ano em que alguém, maliciosamente, cortou a barba do Papai Noel. Acho que um dos meus irmãos foi responsabilizado e levou uma surra. Geralmente lá em casa quando o assunto é Natal alguém questiona quem foi que cortou a barba do Papai Noel, o meu irmão que “pagou o pato” continua negando e, de uns tempos para cá, passaram a me acusar porque eu sou o menor. Sinceramente não faço ideia se eu cortei, eu era muito pequeno na época, na verdade lembro de pouca coisa que aconteceu antes dos meus cinco anos, depois dos cinco lembro cada vez menos, talvez por conveniência.

Agora que lembrei desta barba do Papai Noel aparada, lembrei da nova imagem do Lula com a barba mais curta e acho melhor parar, tenho medo de começar a falar demais e com a velocidade que o tempo está passando acabar de escrever isto só nas Páscoa ou pior, nas próximas eleições.

 

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